sábado

D01.01:45

Estou cansada. Preciso parar um pouco. Ainda tenho um longo percurso à minha frente. Já perdi demasiado tempo neste lugar. Se todo este esforço foi em vão, de que me serve permanecer aqui? Preciso continuar. Passaram três noites desde a última vez que dormi. Que se passa comigo?. Agora não consigo controlar o que sinto. Parece-me que por mais que tente alterar esta situação, pior fico. Terei encontrado uma corrente que não consigo vencer? Talvez seja melhor se me deixar ir...
Já só faltam alguns metros. Espero que ele tenha compreendido o que lhe disse. Arrisquei demasiado ao ir até à casa dele. Mas não tinha escolha...
Comecei a sangrar do nariz. É a terceira vez hoje. Tenho que repousar ou o meu corpo não vai aguentar. Tiro um lenço da mala e limpo-me. Como das outras vezes, o sangue cessou. Parece-me que estas pequenas hemorragias são avisos, são sinais de que algo não está bem comigo. Algo necessita da minha atenção. Eu. Há quanto tempo não olhei para mim própria e respondi às minhas questões, às minhas dúvidas? Talvez seja isso o que preciso. Ter tempo para cuidar de mim.
Cheguei à cabine telefónica. Faltam dois minutos. Folheio a lista telefónica para me enterter. Abro precisamente no início da letra S. Os nomes estão todos riscados. Folheio um pouco mais a lista e reparo que todos os nomes estão riscados por precisas linhas pretas. "Quem se daria ao trabalho de riscar todos os nomes de uma lista telefónica?" pensei enquanto aguardava os segundos passarem. Apesar do cansaço continuo a não ter sono. O telefona toca...

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